"As atuais guidelines da gestão da ICFEr são elaboradas de acordo com o fenótipo do doente e, seguindo este princípio, as comorbilidades da IC têm cada vez mais preponderância. Assim, pela primeira vez, temos vindo a adotar uma abordagem personalizada em relação à IC”, introduziu o médico no tema da sua palestra.
Seguidamente, o Prof. Doutor Marco Metra analisou as recomendações elaboradas para as principais comorbilidades da IC: fibrilhação auricular, revascularização do miocárdio, regurgitação mitral, diabetes, deficiência de ferro, mas com principal enfoque para a hipercaliemia associada à otimização de RAASi. Posteriormente, detalhou as medidas a adotar para a sua gestão, de acordo com os níveis de potássio sérico (McDonagh TA, Metra Me, et al. European Heart Journal. 2021):
- Para níveis de potássio entre 4,5-5 mEq/L, o primeiro passo será iniciar/titular as doses da terapêutica RAASi enquanto se tem simultaneamente sob vigilância os níveis de potássio. Assim que os valores de potássio ultrapassarem os 55 mEq/L, há indicação para introduzir agentes de captação do potássio, como o patirómero;
- Para níveis de potássio entre 5.0-6 mEq/L e após a introdução de agentes de captação do potássio, como o patirómero, deve-se continuar a vigiar os níveis de potássio. Quando/se os valores de potássio descerem para valores <5.0 mEq/L as doses da terapêutica RAASi devem continuar a ser ttituladas, mantendo-se os agentes de captação do potássio, excepto se a causa de hipercaliemia não estiver relacionada com o uso de RAASi;
- Para valores de potássio> 6.5 mEq/L, o primeiro passo é descontinuar a terapêutica RAASi e introduzir um agente captador de potássio. Quando/se os valores de potássio descerem para valores <5.0 mEq/L as doses da terapêutica RAASi devem continuar a ser tituladas, mantendo-se os agentes de captação do potássio, excepto se a causa de hipercaliemia não estiver relacionada com o uso de RAASi.