Opinião
As doenças cardiovasculares (DCV) continuam a ser a principal causa de morte em Portugal. Somos um país de sedentários, temos um número enorme de obesos e um em cada cinco adultos ainda fuma. Para além disso, cerca de 40% da população é hipertensa, dois terços têm colesterol elevado e há um milhão de portugueses com diabetes. Um cenário em que o caldo parece sempre pronto a entornar. Estes fatores de risco condicionam a progressão da aterosclerose, a doença em que o colesterol se acumula nas artérias, com risco de enfarte, acidente vascular cerebral (AVC) ou de má circulação periférica, com maior hipótese de amputação por exemplo. A aterosclerose gera custos pessoais, familiares e sociais muito elevados. Um estudo recente realizado mostra que os custos da doença são astronómicos: cerca de 1.900 milhões de euros que representam 1% do PIB ou 11% do total de despesas de saúde em Portugal.
A fibrilhação auricular é a arritmia mais frequente com uma prevalência superior a 10% na população com mais de 75 anos de idade e podendo ocorrer em mais de 1% na população em geral.

Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são a principal causa de morte em Portugal, e quando não são fatais podem ter consequências graves e incapacitantes. Os AVC que são maioritariamente isquémicos têm fatores de risco que, de acordo com o estudo INTERSTROKE, explicam cerca de 90% de todos os eventos: hipertensão arterial, o sedentarismo, a obesidade central, o tabagismo, diabetes mellitus, fatores psicossociais, a dieta, a ingestão de álcool, a dislipidemia e causas cardíacas.
Vivemos um período em que a comunidade médica reconhece a importância de tratar todos os doentes com insuficiência cardíaca. Nos últimos anos temos assistido a revoluções no tratamento desta doença, com ganhos muito significativos em termos de qualidade e quantidade de vida nos nossos doentes com esta condição crónica.
O acidente vascular cerebral (AVC) (de volta ao capítulo do sistema nervoso na 11.ª revisão do ICD após 62 anos de exílio) mantém-se como principal causa de morte e morbilidade em Portugal, tendo sido em 2014 responsável por 11% do total dos óbitos. No entanto, nem tudo são más notícias, tendo-se registado uma progressiva diminuição da incidência do AVC, com redução em termos de mortalidade (<46% numa década) e morbilidade. Esses ganhos são seguramente consequentes de medidas de prevenção de âmbito populacional.
A população portuguesa residente ao longo de todo o território do país apresenta uma grande heterogeneidade, como seria natural, dada a sua natureza e a diversidade territorial e climática por onde se distribui, acrescidas do seu desenvolvimento cultural e socioeconómico e ainda da sua ancestralidade. Diretamente relacionado com estes fatores está o seu estado de saúde e de doença e o modo como se comporta perante eles.
Após a 1.ª implantação de um pacemaker, em 1958, verificou-se ao longo dos últimos anos uma evolução tecnológica notável, com a introdução progressiva de novos dispositivos médicos que se destinam a monitorizar ou a tratar as arritmias ou a insuficiência cardíaca. O conjunto destes aparelhos, denominados dispositivos cardíacos eletrónicos implantáveis (DCEI), engloba os pacemakers (PM), os cardioversores-desfibrilhadores implantáveis (CDI), os sistemas de ressincronização cardíaca (CRT) e os registadores de eventos subcutâneos.
Decorreu nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro de 2019 no HD | Ducetânia Hotel, em Penela, o Informal Weekend 3, organizado pelo Clube de Internos de Cirurgia Cardíaca (CICC) da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Cardiotorácica e Vascular (SPCCTV).
O Hospital da Cruz Vermelha desenvolveu, nos últimos quatro anos, no seu Laboratório de Ecocardiografia, uma atividade crescente na área da ecocardiografia de sobrecarga com particular relevo para a ecocardiografia de esforço em tapete rolante. A utilização de ecocardiografia de sobrecarga no adulto é atualmente recomendada como exame de primeira linha no estudo do doente cardíaco pela Sociedade Europeia de Cardiologia.

“Doutor, de repente, senti uma dor no peito, uma dor aguda, persistente… Durou muito tempo, um bom período da noite. A certa altura a pressão no peito era tão grande que julguei que ia morrer. Tentei não dar importância, até porque já tinha, de vez em quando, um ardor no peito, um formigueiro. Tentei andar, mas faltava-me força nas pernas, tive vontade de vomitar e deu-me uns suores muito frios e comecei a suar. Não é que eu seja medroso, mas fiquei muito preocupado. O coração mete-nos sempre medo. A minha mulher chamou logo o 112. Foi um enfarte do miocárdio. Agora o que mais me preocupa é que volte a acontecer, que torne a dar-me qualquer coisa.”